A política de Zelensky do “colocar contra a parede”

O presidente ucraniano procura, desde o início da invasão russa, aliados em todo o mundo. Para além dos argumentos esperados por um líder defendendo seu país, Zelensky tenta coagir países a juntar-se à sua causa – o que pode levar o tiro sair pela culatra.

Há 571 dias, ou um ano e meio, a Rússia começava sua invasão geral à Ucrânia. A invasão vem oito anos após a primeira tomada de território ucraniano, em fevereiro de 2014, quando Moscou anexou a península ucraniana da Crimeia no Mar Negro – como consequência de um referendo duvidoso. É fato que, de acordo com dados de censos realizados no início dos anos 2000, mais de 80% dos habitantes do sul e do leste da Ucrânia têm o russo como língua materna ou usada no dia a dia. É mais fato ainda que, em 1991, à época da declaração da independência da Ucrânia da antiga União Soviética, o então presidente russo Boris Iéltsin reconheceu a independência do país – que manteria o território pertencente à então república soviética ucraniana dentro da URSS.

O reconhecimento russo das fronteiras ucranianas continuou nos anos seguintes. Em 1997, Kiev e Moscou assinaram o “Tratado sobre Amizade, Cooperação e Parceria entre Ucrânia e a Federação Russa”, no qual ambos reconheciam a inviolabilidade das fronteiras existentes, afirmavam o respeito pela integridade territorial e reforçavam o mútuo comprometimento de não afetar a segurança um do outro. Além disso, era previsto que a invasão do território alheio e a declaração de guerra entre os dois era proibida. Em 2003, já como presidente da Rússia, Vladimir Putin assinou com o presidente ucraniano da época um outro documento: o “Tratado entre a Federação Russa e a Ucrânia sobre a Fronteira Estatal Russo-Ucraniana”. Ali se reafirmava o reconhecimento mútuo da soberania dos dois países.

Em 2014, a Rússia decidiu, então, unilateralmente alterar este entendimento. A Crimeia foi anexada e, desde então, pertence de facto a Moscou – por mais que não haja reconhecimento internacional amplo sobre a questão. Em 2022, Putin foi mais além e questionou a própria existência da Ucrânia como Estado e declarou, de maneira quixotesca, uma “desnazificação” do Estado vizinho, iniciando uma guerra de agressão que na novilíngua de Putin é chamada de “Operação Especial”. A Guerra na (e não “da”) Ucrânia vem correndo desde então.

Vítima de uma guerra de agressão clássica, o governo de Kiev tem tentado (legitimamente) não só manter seu território, para salvaguardar a própria existência do Estado ucraniano, por meio da mobilização militar de todo o país, mas também através da busca de apoio de aliados mundo afora – uma posição não só normal, mas esperada e já vista por vários países ao longo da história. A estratégia do presidente Volodimir Zelensky para alcançar esse apoio, porém, não parece tão convencional.

Primeiras reações do e ao Ocidente

Semanas antes da declaração oficial da invasão (Putin não declarou “guerra” oficialmente à Ucrânia), Zelensky distribuía críticas a aliados. Em janeiro de 2022, um mês antes de soldados russos cruzarem as (ainda) fronteiras ucranianas, o presidente ucraniano acusou Washington de ferir a economia do seu país por “criar pânico sobre uma guerra”, quando os EUA alertavam para a concentração de tropas russas na fronteira. Zelensky afirmou que ele, como presidente ucraniano, tinha acesso a “mais e mais profundas informações que qualquer outro presidente” e que “a desestabilização da situação interna do país” era a maior ameaça à Ucrânia. As afirmações azedaram mais rápido que muitos alimentos perecíveis.

Críticas vindas de Kiev a aliados, porém, não pararam por aí. O Ocidente – leia-se: EUA, Europa e mais um punhado de países ricos do norte global – respondeu prontamente à invasão russa, criando uma cortina de ferro física e econômica contra a Rússia. Física, porque o espaço aéreo de vários países foi fechado para aeronaves saindo da Rússia (fazendo com que qualquer avião russo voando para o oeste tenha de dar uma volta imensa ao redor do mundo) e porque nacionais russos foram impedidos de entrar em vários países (como nos Estados da União Europeia, por exemplo). Econômica, porque as sanções lançadas por esses países foram inéditas, fazendo com que diversas empresas parassem seus negócios com a Rússia (tais como McDonald’s, Coca-Cola e Google) e que produtos não pudessem mais ser vendidos lá. O confisco de bens russos em bancos e países ocidentais também freou, brevemente, o financiamento de Moscou. Vale ainda mencionar que, a rápida mobilização ocidental contra Moscou foi mais além, fazendo com que houvesse um movimento (também temporário) de massa, no qual se viu muitas pessoas “cancelando” a Rússia e qualquer coisa relacionada a ela – seus nacionais, sua língua, sua literatura, contribuições científicas de seus nacionais e seus produtos – algo que só encontra semelhança com a negação do nazismo em muitos países.

Essas medidas visavam diretamente ferir a economia russa e criar desincentivos a Moscou em prosseguir com a invasão. Para ajudar, de fato, Kiev, os aliados ocidentais mobilizaram o envio de equipamentos militares para que a Ucrânia pudesse se defender da agressão. O nível de envio de munição a quase um ano de guerra foi tanto que os estoques dos Estados Unidos(!) chegaram a níveis baixos a ponto de causar alarme no Pentágono e Secretaria de Defesa do país. Tudo isso, no entanto, não foi visto como suficiente por Zelensky. O presidente ucraniano reiterou diversas vezes que o Ocidente “não estava fazendo o suficiente” para ajudar a Ucrânia. Abaixo, o gráfico mostra quanto os sete países (e a União Europeia) maiores doadores enviaram (em bilhões de euros) para a Ucrânia desde o começo da invasão, dividido em ajuda financeira, humanitária e militar. O grupo “demais” conta com 31 países, incluindo da própria Europa (como Suécia, Espanha, Portugal e até mesmo Islândia), mas também de fora como Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul. No total, a Ucrânia recebeu em um ano e meio cerca de 71,3 bilhões de euros em recursos financeiros, 13,7 bi. de euros em recursos humanitários e 80,3 bi. de euros em recursos militares.

Ajuda bilateral à Ucrânia (2022 – presente)
em bi de euros

Fonte: Statista

Em comparação, em 12 anos de guerra civil na Síria, o país recebeu cerca de um bilhão de libras do Reino Unido (ou pouco mais de 10% do que foi enviado para a Ucrânia em um ano) e 16 bi. de dólares dos EUA (ou 21% do total enviado à Ucrânia). Esses dados ajudam a mostrar quão inédita é a ajuda enviada à Ucrânia.

Política do “Contra a Parede”

Diplomacia é uma arte complexa. Dizer algo, querendo dizer outra coisa. Medidas aparentemente “simples”, mas com mensagens importantes. Sobretudo, agir diplomaticamente envolve a cuidadosa seleção de palavras quando fazendo discursos ou negociando pública ou privadamente. Zelensky já aparentava não ter muitas papas nas língua antes da invasão e o contexto de guerra parece ter piorado essa “qualidade” sua.

Em suas críticas, Zelensky é bastante democrático: não modera a fala com parceiros menores ou maiores. Em abril do ano passado, com toda a movimentação feita por países ocidentais e também pela União Europeia, aventou-se a ideia de criar uma “adesão a jato” para a Ucrânia tornar-se membro da UE – um processo complexo que costuma durar anos. À frente da presidência rotativa do Conselho Europeu – onde se reúnem chefes de Estado e governo da União –, foi a vez de Portugal de receber as palavras não cândidas do ucraniano. Mesmo tendo repreendido a invasão russa, fechado seu espaço aéreo para a Rússia e enviado equipamentos militares para Kiev, a presidência ucraniana quis constranger Lisboa, afirmando que o país esperava uma posição mais “ativa”, visto que Portugal se mostrou reticente a um processo inédito de entrada acelerada da Ucrânia na UE.

Com a Alemanha, quarta maior doadora de recursos à Ucrânia, Zelensky revezou entre elogios e críticas, oportunamente, sempre em que algum de seus pedidos era respondido com alguma reticência. Berlim (e antes da Reunificação, Bonn), que demorou para voltar a se militarizar após a Segunda Guerra Mundial (e com muita relutância de seus vizinhos europeus, teve uma posição forte logo no início da invasão em fevereiro de 2022. O chanceler, Olaf Scholz, discursou ao parlamento alemão afirmando que o país estava de frente a um “Ponto de Virada” em sua história. O país, bastante dependente da Rússia após anos de uma política virada para o leste europeu desenvolvida pela então chanceler Angela Merkel, condenou veementemente a invasão e impôs sanções a Moscou, mesmo ferindo fortemente a economia alemã. De fato, a Alemanha foi um dos países que mais sofreu com o bloqueio à Rússia, sobretudo próximo ao inverno 2023/24, já que o gás usado pela indústria e para aquecer os lares dos cidadãos vinha, majoritariamente, da Rússia. O governo Scholz, porém, não se negou em apoiar Kiev tanto financeira como militarmente.

O comedimento alemão no envio de armamentos pesados, tanques e caças foi alvo de críticas de Zelensky. Enquanto Berlim propunha o envio conjunto (com outros países, sobretudo os EUA) de armamentos e a condição de que eles fossem usados apenas para a defesa e não invasão de território russo, a fim de evitar uma escalada maior do conflito, o presidente ucraniano dava a entender que a morte de ucranianos se dava pela demora no envio de armas e equipamentos, jogando a culpa para a Alemanha – e outros países que demorassem a atender seus pedidos. Zelensky chegou a afirmar de maneira crítica que a Alemanha só ajudava “às vezes” e que o governo alemão “tentava se adaptar a situação” (ao invés de agir de maneira mais “energética”), esperando para ver “como a situação se desenvolveria” internamente no país – ou seja, como os cidadãos alemães reagiriam ao envio da ajuda. Observar a situação “a partir de uma visão econômica”, segundo Zelensky, seria um dos “muitos erros” que a Alemanha cometia.

Outro alvo de críticas foi Paris. Já pouco após o início da invasão, o presidente ucraniano taxou de “muito doloroso” o fato de que Macron não a ter reconhecido como um “genocídio”. Mais ainda, Zelensky criticou o fato de Paris tentar manter contato com Moscou, afirmando que Macron estaria “perdendo o tempo dele”. O presidente francês, por outro lado, afirmou que não vê benefício em usar um vocabulário de escalação e, por mais que tenha afirmado que Moscou não pudesse vencer, se recusou a defender a ideia de que a Rússia “devesse ser esmagada”. “Essa jamais seria a posição da França”, afirmou Macron.

O único comedimento mostrado por Zelensky parece ser com seus dois maiores credores: os Estados Unidos e o Reino Unido (responsáveis por quase 50% de todos os valores e materiais doados a Kiev). Isso não quer dizer, no entanto, que não tenha havido rusgas. Um mês após o começo da invasão, Biden afirmou que Putin “não poderia continuar no poder”, ao que Zelensky respondeu com pedidos de mais armas e sanções dos EUA, alegando que outros líderes mundiais estavam “tímidos” em relação à Rússia. À época, ele foi além, afirmando que os ucranianos não eram “porquinhos-da-índia para serem usados como experimento” – fazendo referência às “sanções incompletas” para incapacitar Moscou financeiramente.

Em sua cruzada para fazer com que a Ucrânia se torne membro da OTAN (em meio à guerra), Zelensky tem apelado a líderes da Aliança para que deem uma vaga para o país, algo que é constantemente observado com muita cautela por toda a Aliança. Após fortes cobranças no início da invasão, Zelensky afirmou que diminuiria as suas cobranças já que entendia que a OTAN “não estava preparada para aceitar a Ucrânia”. De fato, a Aliança não pode, de acordo com seus tratados, aceitar países em guerra. Na visão de Zelensky, porém, os países da Aliança não querem aceitar a Ucrânia porque têm “medo de coisas controversas e confronto com a Rússia”. Mais ainda, ele afirmou que não pediria mais uma entrada na Aliança, pois não queria ser presidente de “um país pedindo algo de joelhos”.

Dois meses depois, Zelensky, convidado virtualmente a participar da cúpula da OTAN em junho de 2022, cobraria garantias de segurança ao país, como estava sendo feito para a Finlândia e Suécia (que acabaram iniciando o procedimento para entrar na Aliança ainda em 2022), tentando pressionar os líderes questionando se a Ucrânia “já não havia pagado o suficiente”. Um ano depois, quando a Aliança reafirmou que Kiev poderia pedir oficialmente uma associação tão logo cumprisse os pré-requisitos, Zelensky voltou a criticar a OTAN, alegando ser um “absurdo” o fato de que a Aliança não providenciava um “calendário” para quando a Ucrânia poderia entrar.

Desta vez, a crítica de Zelensky, mesmo que direcionada aos 31 líderes da Aliança, parece ter tocado mais forte em Washington e Londres. Relatos do jornal americano Washington Post mostram que a delegação americana ficou “furiosa” com a posição de Zelensky. Mais ainda, fontes afirmaram que os americanos chegaram a considerar a mudança da declaração final da cúpula de julho de 2023, tornando-a “menos complacente com a possibilidade de acelerar o processo de adesão da Ucrânia”. A reação dos britânicos veio de Ben Wallace, ministro da Defesa, que, junto ao conselheiro de Segurança Nacional americano, afirmou que a Ucrânia deveria “mostrar mais gratidão pela ajuda recebida pelo Ocidente”. Wallace, por sua vez, ainda criticou Zelensky, afirmando que o presidente trata aliados habitualmente como se fossem “depósitos da Amazon”, sempre fazendo requerimento atrás de requerimento de armamentos sem considerar a política interna de seus aliados. Zelensky tentou não sair por baixo, dizendo que não entendeu o que o ministro quis dizer e reiterou a gratidão a seus aliados.

O que se tira de um ano e meio de guerra é que o presidente ucraniano não parece ter muito apreço pela diplomacia clássica e se baseia em chantagens emocionais e críticas repetidas, sempre que algum de seus aliados – mesmo os mais generosos – não concorda 100% com seus pedidos ou retórica.

Olhando para além do Ocidente

Fora do norte global, a Guerra na Ucrânia tem efeitos claros que vão além de manchetes no noticiário. O alcance de Zelensky, porém, não é tão grande quanto como no Ocidente. Por um lado, países fora do norte global não aderiram automaticamente à política de “cancelamento” da Rússia, por mais que tenham repreendido a invasão nos fóruns adequados – como na Assembleia Geral das Nações Unidas.

A atitude áspera do presidente ucraniano com os aliados apareceu também com o grupo de líderes africanos que procurou organizar discussões de paz entre a Ucrânia e a Rússia. A delegação de sete países africanos, dentre eles a África do Sul, Egito e Senegal, se reuniu tanto com Zelensky como com Putin para apresentar uma proposta de 10 pontos, que incluíam o reconhecimento da soberania tanto da Rússia quanto da Ucrânia. A resposta de Zelensky à missão de paz africana (em especial a um encontro com Putin) foi: “é a decisão deles, quão lógica ela é, eu não consigo entender”. O grupo reafirmou a posição de neutralidade dos países africanos no conflito, mas reforçaram que ele tem efeitos negativos para o continente.

Observando este panorama, não é uma surpresa que as relações de Zelensky com o novo presidente brasileiro, Lula, se dessem da maneira que se vêm dando neste primeiro ano de governo. Na verdade, o presidente ucraniano não tem tido sucesso em mobilizar sua imagem na América Latina. Ainda em junho de 2022, enquanto estava acostumado a ser convidado ou ter aceitas suas propostas de aparecer em eventos internacionais – fossem governamentais ou privados –, Zelensky teve sua proposta de alocução na cúpula do Mercosul no Paraguai negada. A justificativa foi que “não havia consenso” sobre a participação do ucraniano. À época, ainda com Bolsonaro no poder, o Brasil afirmava ser “neutro” no conflito.

O governo Lula não afirma se manter neutro, como o fazia Bolsonaro. Pelo contrário, inicialmente, Lula quis colocar-se como um possível mediador do conflito. Diversas falas improvisadas e desastrosas, porém, colocaram-no mais próximo às posições de Moscou que às de alguém que deveria ser imparcial. Nisso, o presidente brasileiro tem sua parcela de culpa. No entanto, Zelensky tentaria repetir com Lula a mesma política do “contra parede” que tem levado a cabo com líderes europeus, esperando lograr bons resultados – o que se mostrou longe de ser um sucesso. A troca de farpas por meio de manchetes entre os dois presidentes passou a ser mais forte, com Zelensky alegando que gostaria de encontrar com Lula, mas fazendo ignorando-o sempre que possível. O caso mais icônico foi a cúpula do G7 em maio deste ano em Hiroshima, Japão.

Aparecendo de maneira meteórica em Hiroshima, Zelensky encontrou-se com alguns líderes, mas, após uma confusão de versões – com a delegação ucraniana afirmando que a delegação brasileira não tinha tempo para eles e a brasileira afirmando que eram os ucranianos que não queriam se encontrar com eles –, o que aconteceu foi o não comparecimento de Zelensky a uma reunião marcada com Lula, deixando o presidente brasileiro esperando. Posteriormente, questionado por jornalistas, Zelensky afirmaria que o presidente brasileiro que teria ficado “chateado” com a situação – insinuando que ele não estaria chateado com isso. Após este episódio, Zelensky continuaria a lançar críticas tanto em jornais quanto em redes sociais ao presidente brasileiro, na expectativa que, em constrangendo o brasileiro nacional e internacionalmente, ele mude sua posição e passe a ajudar Kiev. No melhor exemplo do dito brasileiro “morde e assopra”, Zelensky mudaria rapidamente de estratégia em julho deste ano, afirmando em entrevista à GloboNews que Lula seria importante para o processo de paz, auxiliando a Ucrânia a fazer sua defesa junto aos demais países da América Latina.

Nesta última semana, há poucos dias do primeiro discurso de do terceiro mandato de Lula na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, o governo brasileiro recebeu um pedido da Ucrânia para um encontro entre os dois líderes – assim como mais de outros 50 líderes o fizeram. Prontamente, foi oferecido à delegação ucraniana três horários, entre segunda (18) e quarta-feira (20). Após a resposta de que o encontro dependeria “da agenda”, interlocutores do presidente brasileiro afirmaram à imprensa que Zelensky teria concordado encontrar com Lula em Nova Iorque na próxima quarta-feira à tarde, após o encontro de Lula com Biden.

A Guerra na Ucrânia não parece dar nenhum panorama de quando ela se aproximará de um fim. Neste meio tempo, bilhões de euros em materiais e valores foram enviados para Kiev por aliados, mesmo com críticas frequentes e desdém em muitas ocasiões. Acusações e uso de chantagens emocionais também foram abundantes, o que, em parte, é compreensível dada a injustiça de uma guerra de agressão e a brutalidade da política russa de negação do próprio direito à existência da Ucrânia. No entanto, a prolongação do conflito com a falta de avanços de Kiev e a relutância de Moscou tem feito com que aliados ocidentais tenham mostrado cansaço de sua paciência com o presidente ucraniano. Mais ainda, a posição muitas vezes petulante de Kiev com países não-alinhados também não tem (não surpreendentemente) mostrado resultados positivos no angariamento de apoio para além do Ocidente. O mundo fica à espera dos novos desenvolvimentos (pseudo-)diplomáticos com a chegada do inverno e a impossibilidade de mobilizações em massa devido ao tempo no leste da Europa.

Fontes

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https://www.aljazeera.com/economy/2022/1/28/ukraine-accuses-us-of-hurting-economy-by-stoking-panic-over-war

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https://www.jn.pt/nacional/zelensky-discursa-na-parlamento-com-relacoes-bilaterais-marcadas-por-apoio-e-uma-critica-14784385.html/

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https://www.cnnbrasil.com.br/politica/lula-oferece-horario-para-reuniao-com-zelensky-em-nova-york-dizem-fontes/

https://g1.globo.com/politica/blog/julia-duailibi/post/2023/09/18/zelensky-reuniao-lula.ghtml

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